Sua mãe estava aflita, pois via a filha se revirar no leito, gemer e pedir medicação. Ela sentia a angústia de ver a filha assim, mesmo sabendo que foi a própria quem desejava tal sacrifício. Mães... sempre mães!
Fiquei algumas horas, conversando com a mãe dela e vi minha amiga dormir um pouco depois de tanta agitação. A medicação estava começando a fazer efeito.
Fiquei imaginando, até onde vale a pena sentir dor para ser recompensada? Não é ser um pouco ser masoquista? Talvez.
Mesmo assim, acho que vale a pena sim, desde que se saiba que é uma decisão exclusivamente da pessoa e que acarreta suas consequências.
É como decidir ter um filho, para saciar o desejo de ser mãe, salvar o casamento ou simplesmente gerar uma vida, tendo mais um motivo para se preocupar e se dedicar. O desafio é grande, mas a alegria de ter um filho é muito compensadora!
No entanto, se tratando de estética, é como cultivar este orgulho, só que mais voltado ao seu umbigo (ou nariz, seios, orelhas, depende do que for operar...).
Sim, talvez é um pouco egoísta. Mas quantas decisões tomamos na vida, pensando em nós mesmos?
Uma proposta de emprego que te fará trabalhar muito mais, porém, trará um retorno financeiro melhor. Daí vale a pena sacrificar horas de lazer, suspender certo tempo com a família e desgastar a saúde... Tudo em nome do sucesso profissional!
Ou entrar num novo curso, faculdade, pós. Requer mais tempo de estudo, mais dinheiro, mais dedicação e menos descanso.
Ah...
Tais decisões, ao meu ver, vão muito além do julgamento das pessoas. E se tratando de estética é além do ‘se sentir bonita’. É mexer com a autoconfiança, é renovar antigos planos, é (re)conquistar alguém, é chamar atenção para seu exterior e até evidenciar valores não tão visíveis, como a perseverança, foco e paciência.
Afinal, os corajosos que enfrentam o bisturi, seringas e as dores do pós-operatório, não têm medo dos desafios. Isso, ninguém pode negar.
Esticar, preencher, encher, sugar, remodelar... Sim... Somos uma massinha de modelar!
Poxa, ao longo da vida somos moldados por nossos pais, família, escola, profissão, opinião, ideologia, experiências, e, o que há de errado em modelar no externo também?
A vida é curta demais pra ficarmos incomodados com algo que pode ser mudado, melhorado.
É uma decisão particular da qual não cabem julgamentos. Assim como trabalhar mais, estudar mais, ter um, nenhum, cinco ou dez filhos. Cada um tem que definir como deseja ser feliz.